O Sol encontra o Mar

 

Texto e Fotografia: Sónia Nunes

 

Na Ericeira existe um espectáculo
que encerra o dia.

Seja qual for a altura do ano, ele acontece.
Ele existe e é memorável.

Maravilhoso.

… não existem palavras que o traduzam.
Nem imagens que captem a sua intensidade…
a sua divina beleza.

É um momento de Silêncio.
De contemplação. Evasão.

E se existem momentos mágicos, por aqui…
este é o Momento.

Que se dilui no ar como a brisa do mar.

Sob o imenso Atlântico e com as cores do dia,
lá longe, lá muito longe… não se sabe bem onde.

O Sol encontra o Mar.

Mergulha nele.

Pode ser um mergulho quente, em tons pastel…
ou apenas o poisar de uma bola de fogo num mar de Azul.

Pode ser uma imensa linha de luz de espessura variável, que dança e se estende até nós…
ou apenas um até amanhã misterioso, por detrás de um véu espesso de neblina.

Aqui se sente fisicamente o movimento dos astros, do Planeta Azul.
Acontece diante de nós… dos nossos olhos.

E todo ele é emoção.

Harmonia.

Tudo está bem. Tudo está certo.
Tudo é como tem de ser.

É um bailado de Paz… de Perfeição.

Ao olhar para ele, eu sei…
sei que o amanhã sempre chega.

Que há sempre um novo despertar.

Um Acordar… ver o que não se via.

Que há mais e mais… e mais…

Que tudo tem um tempo.

O seu tempo.

Faz-me Acreditar, sorrir e confiar
com muita força.

Que tudo faz sentido.
Que tudo tem um propósito.

É um deslumbramento cheio de amor.

Como um abraço, uma carícia que nos chega
do desconhecido, do invisível, do divino… das estrelas.

A minha Alma
vive neste Pôr-do-Sol.