“Florence and The Cave”

John John Florence na Cave. - ph. Catarina Falcão

 

Fotografia: Catarina Falcão

 

A Cave é a onda mais infame da Ericeira. As suas direitas buracosas quebram sobre uma laje de rocha desenhada a castelos e cada onda desenvolve-se como um rolo compressor, sem piedade de quem ali se atreve a molhar as quilhas.

Uma pesquisa por “Cave Ericeira Surf” no YouTube dá-nos um cardápio de sessões épicas que ali tiveram lugar. Uma delas foi protagonizada pelo jovem havaiano John John Florence há exactamente um ano. O resultado ficou em dois pontos na cabeça e outras tantas escoriações no peito e nos pés.

 

QUEM?

O jovem surfista havaiano, John John Florence, actual número 14 do circuito mundial de surf da Association of Surfing Professionals (ASP). Natural de Honolulu, capital das ilhas do Havai, e prestes a completar 21 anos dentro de cinco dias (18 de Outubro), o prodígio começou a surfar sozinho com apenas três anos de idade. Dez anos mais tarde já estava a competir entre os grandes do desporto.

O QUÊ?

John John Florence partiu à exploração da onda mais assustadora da Ericeira – a Cave – há precisamente um ano atrás.

PORQUÊ?

Florence estava em Portugal a participar no Rip Curl Pro Portugal, em Peniche. O havaiano venceu a primeira ronda, o que lhe garantiu um dia de folga. Foi o que bastou para dar um pulinho à Ericeira e desafiar as direitas da Cave.

COM QUEM?

Florence arriscou entrar na Cave sem qualquer conhecimento experimental da onda. Foi seguido pelo fotógrafo norte-americano Damea Dorsey e Jon Pyzel, o criador das suas pranchas, e arriscou sozinho a perceber a onda. Sem nunca se encontrar com o pico, foi com a ajuda do português Ruben Gonzalez, que entrou no mar mais tarde, que Florence conseguiu posicionar-se no sítio certo para tirar o máximo partido da onda.

COMO CORREU?

A sessão rendeu uns bons cliques aos fotógrafos que entretanto surgiram, mas Florence acabou o dia a visitar um hospital. Uma onda mais desconcertante formou um degrau a meio caminho e enviou o havaiano direitinho aos castelos que por debaixo da onda se encontram. Por sorte, tudo não passou de um susto: dois pontos na cabeça e outras tantas escoriações no peito e nos pés não afastaram o atleta da competição que decorria em Peniche.

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