Texto e fotografia: Sónia Nunes
A Ericeira é uma alma antiga.
Há um certo peso nostálgico por aqui…
creio que mesmo quem nunca aqui esteve o consegue sentir.
Sobretudo nos dias sem Sol.
Tudo pesa mais nos dias sem Sol.
Aqui também.
A nostalgia é um “sentir” com sabor a tristeza e saudade…
Não se sabe de onde vem. Nem quando…
Mas quando vem… fica em nós.
Mesmo sem ligações profundas ou familiares à vila,
tenho muitas vezes essa sensação.
Creio que tem a ver com a sua História,
com o seu passado,
com as muitas vidas que aqui tiveram lugar.
Com as muitas glórias, alegrias, tristezas e tragédias,
que só se vivem em lugares “grandes”.
Daquela grandeza que vem da força do agora ou nunca.
Do viver ou morrer.
Dos corações angustiados que ficavam para trás.
É uma nostalgia que só se vive em lugares assim…
como a Ericeira.
Onde o passado se fez presente e futuro e tudo existe
numa mistura perfumada com este toque nostálgico.
Este peso de grandeza e simbolismo.
Cheio de alma lusa.
O Mar está aqui.
Este gigante… ora assustador e poderoso…
ora… sereno… nunca adormecido.
Perto dele… há sempre a incerteza.
E ela também é a Ericeira.
Bela… tão bela.
Profunda… densa, sinuosa.
Única.
Sempre me apaixono por ela.