Texto: João Franco ‘Lapina’ | Fotografia: Miguel Barata de Almeida
Hoje publicamos outro poema de João Franco ‘Lapina’, que tem na sua Ericeira uma fonte de inspiração inesgotável. Entre o mito e real, nestes versos sente-se a mística da terra natal e a paixão do autor, percebendo-se na perfeição que apenas fisicamente as duas entidades se encontram afastadas.
Sou da terra de ouriços
De mexilhões e burriés
Sereias e seus feitiços
Trazidos pelas marés!
De fontes encantadas!
Com furnas milenares
E falésias escarpadas
Chão de cultos lunares
Antro de titãs e roazes
Nos foles! ou na galera
Gaivotas ou alcatrazes
Frenéticos em espera!
Nha terra que tudo foi
Fenícia, moura e pagã!
O falso rei como heroi
E aviou a rainha cristã
Sou daí, bica do cabo!
De um dia de neblina!
Das ruas e mar bravo!
Eu sou todo tu ericina